A Universidade de Glasgow se uniu à Universidade de York para reexaminar as ligações entre Dublin e York, em um projeto que pode lançar luz sobre a Escócia Viking.
Então conhecidas como Dyflin e Jorvik, as cidades eram os principais centros coloniais vikings e foram governadas pela mesma família durante o final do Século IX e início do Século X. Os líderes eram conhecidos como os “netos de Ivar”, uma referência a Ivar, o Desossado, um chefe conquistador que se dizia ser filho do lendário rei dinamarquês Ragnar Lothbrok.
Esses nomes são bastante conhecidos pelos fãs da série de TV Vikings, que deve terminar este ano. O arqueólogo de Glasgow, Dr. Stephen Harrison, diz que esse programa e outros como ele ajudam a "inspirar e entusiasmar" as pessoas sobre a história e a cultura, bem como a explorar o próprio senso dramático dos vikings. “Eles eram contadores de histórias fantásticos”, diz ele. “As sagas eram as versões pré-TV dos programas que assistimos hoje.
“Os vikings são uma daquelas coisas que realmente capturam a imaginação. Elas atravessam as barreiras nacionais da ilha e vão para o mundo”.
“O que nos empolga nos vikings está mudando. No passado, muitas pessoas eram fascinadas pela violência e pelos ataques. Agora estamos interessados no que eles fizeram de forma geral — vikings como migrantes, não apenas matando as pessoas com quem viviam, mas interagindo como comerciantes, artistas e fabricantes.
“Quanto mais aprendemos sobre como as suas vidas eram complicadas e complexas, mais fascinantes elas se tornam.”
Com ligações bem estabelecidas entre os vikings de Dublin e aqueles ativos ao longo da costa oeste da Escócia, acredita-se que o trabalho pode ter implicações de longo alcance para a nossa compreensão sobre como a sociedade interagiu com os assentamentos e as populações nativas que se estendiam de Galloway às Ilhas Ocidentais.
Financiado pelo Arts and Humanities Research Council (Conselho de Pesquisas de Artes e Humanidades), o projeto também conta com o envolvimento da Creative Ireland (Irlanda Criativa), do Dublin City Council (Conselho da Cidade de Dublin) e da National University of Ireland (Universidade Nacional da Irlanda), e utilizará os itens bem preservados, os quais recuperados dos terrenos alagados ao longo de sucessivas escavações em ambas as cidades.
É a combinação de geografia e geologia de Dublin e York que permitiu que tudo sobrevivesse. Entretanto, Harrison e seus colegas acreditam que muito mais insights poderão ser obtidos a partir de um exame contemporâneo de artefatos e documentos descobertos nas décadas de 1970-80. “O que você podia dizer sobre o meio ambiente mudou completamente”, disse Henderson. “Dublin e York são de longe os centros urbanos mais bem documentados e escavados no Oeste Viking e são de excepcional importância internacional.
“Mas, existem novas formas de análise? Há mais evidências que podemos extrair do material? Fizemos tudo o que podemos?”
Uma linha de pesquisa definida é a análise dos resíduos deixados nas panelas, outra são os restos de insetos encontrados em áreas de atividade viking. “Bichos como besouros são extremamente exigentes com a dieta e sobre onde vivem”, diz Henderson. “Se você pode examinar os restos do inseto, pode dizer muito sobre o meio ambiente e as pessoas que viviam lá, como as coisas que comiam e os materiais que usavam no dia a dia. Com que tipo de coisa as camas eram forradas, o quão gravemente elas eram afetadas por parasitas? Etc.”
FONTE: The National
PATERSON, Kirsteen. Scots academic leads major project which may shed light on Scotland's Vikings. Glasgow, 25 de out. de 2020. Disponível em: <https://www.thenational.scot/news/18820327.scots-academic-leads-major-project-may-shed-light-scotlands-vikings/>. Acesso em: 26 de out. de 2020. (Livremente traduzido pela Livros Vikings)
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