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Os vikings levavam cavalos e outros animais da Escandinávia para Europa Continental

De acordo com uma nova pesquisa, quando os vikings cruzavam o Mar do Norte para chegarem à Grã-Bretanha no Século IX, eles levavam consigo os seus cães e cavalos.


Os vikings levavam cavalos e outros animais da Escandinávia para Europa Continental
Restos de ossos humanos e de animais cremados foram encontrados na mesma pira. — Imagem: Universidade de York
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Os arqueólogos descobriram a primeira evidência científica dessa prática, enquanto analisavam os restos de um cemitério viking chamado Heath Wood em Derbyshire, Inglaterra.


O Heath Wood consiste em 59 túmulos, dos quais 20 foram estudados. Embora os restos mortais do cemitério tenham sido cremados, fragmentos de ossos perduram e servem como peças perdidas do quebra-cabeça, revelando informações sobre quem estava lá e quando.


Os pesquisadores analisaram os ossos de fêmur e de crânios, que foram atribuídos a dois adultos, um jovem e três animais, incluindo um cavalo, um cachorro e possivelmente um porco. A cremação era uma prática comum para os escandinavos da época, enquanto os britânicos enterravam seus mortos. Mas, para determinar a verdadeira origem das pessoas e dos animais de Heath Wood, os cientistas levaram a análise um passo adiante.


Os pesquisadores testaram os fragmentos de osso em busca de estrôncio, um elemento natural encontrado em rochas, solo e água, que vai parar nas plantas. Quando os animais e/ou os humanos comem as plantas, o estrôncio entra em seus ossos e dentes. O estrôncio existe em diferentes proporções ao redor do mundo, atuando como um marcador geográfico às origens de várias espécies.


Um adulto e uma criança cremados em Heath Wood provavelmente eram da região. Mas, os ossos de um outro adulto, assim como os dos animais, tinham diferentes proporções de estrôncio, sugerindo que eles fossem originários da área do Escudo Báltico na Escandinávia, que inclui a Noruega, o centro e o norte da Suécia.


O adulto e os animais provavelmente morreram logo após cruzarem o Mar do Norte para chegarem à Grã-Bretanha. O fato de terem sido incluídos na mesma pira de cremação sugere que o adulto era alguém importante, que trouxe consigo seus cavalo e cachorro – os animais podem ter sido sacrificados quando a pessoa morreu.


É possível que o osso de porco fosse uma sobra de alimento ou um amuleto, em vez de um porco vivo. O estudo completo pode ser encontrado na Revista Plos One da última quarta-feira (01 de fev. de 2023).


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Nova ciência e velhas histórias vikings

Trabalhos anteriores em Heath Wood usaram datação por carbono para determinar que a cremação dos restos mortais ocorreu entre os Séculos VIII e X, mas as origens das pessoas e animais cremados não eram claras. A área também é interessante porque o Grande Exército Viking passou o inverno em Repton, que fica perto do cemitério, no ano de 873.


O exército, que incluía guerreiros de diferentes populações da Escandinávia e possivelmente das Ilhas Britânicas, invadiu a Grã-Bretanha em 865 d.C.


As novas descobertas oferecem percepções distintas quando comparadas com o material de fonte primária usado pelos pesquisadores, o Anglo-Saxon Chronicle, um registro anual de eventos compilado por volta do ano de 890 e escrito em inglês antigo.


Segundo disse a principal autora do estudo, Tessi Löffelmann, pesquisadora de doutorado do departamento de arqueologia da Universidade de Durham e do departamento de química da Vrije Universiteit de Bruxelas.


A descoberta basicamente aprofunda nossa compreensão do Grande Exército Viking quem chegou pela primeira vez às costas britânicas em East Anglia [...] Nossa principal fonte primária da época, o Anglo-Saxon Chronicle, relata que o exército apreendeu cavalos da população local na Grã-Bretanha, mas nossa evidência isotópica mostra que essa não foi a única história – eles também trouxeram animais oriundos de suas terras natais.

A viagem pelo Mar do Norte teria sido “molhada, fria e desconfortável para todas as partes envolvidas”, já que os navios transportavam animais e humanos juntos, disse Löffelmann.


Os vikings provavelmente usaram uma combinação de navios longos e elegantes, bem como navios maiores com espaço de carga nas frotas que cruzavam o Mar do Norte. O Grande Exército Viking viajou por terra e mar, com acampamentos posicionados estrategicamente nos rios onde os guerreiros podiam obter suprimentos à frota, de acordo com o estudo.


A tapeçaria medieval de Bayeux, que retrata a famosa conquista da Inglaterra por Guilherme da Normandia em 1066, fornece aos pesquisadores uma ideia de como isso poderia ter sido. Acredita-se que ele trouxe 10 mil homens e de 2 mil a 3 mil cavalos através do Canal da Mancha.


De acordo com o coautor do estudo, Julian Richards, professor do Departamento de arqueologia da Universidade York e codiretor das escavações de Heath Wood:


A Tapeçaria de Bayeux retrata a cavalaria normanda desembarcando cavalos antes da Batalha de Hastings, mas esta é a primeira demonstração científica de que os guerreiros vikings transportavam cavalos [...] Isso mostra o quanto os líderes vikings valorizavam os seus cavalos e cães pessoais, tanto que os trouxeram da Escandinávia e os animais eram sacrificados para serem enterrados com seus donos.

Os animais desempenham um papel fundamental na mitologia nórdica, que inclui deuses que podem se transformar em animais, disse Löffelmann, quem acrescentou por e-mail:


No Século IX, a Escandinávia ainda não era cristã e tinga uma forte tradição oral – apenas alguns séculos depois essas histórias foram escritas, mas elas nos dizem que os animais tinham um papel importante na sociedade.

Portanto, não seria uma surpresa se a pessoa enterrada em Heath Wood quisesse trazer um cão de caça e uma montaria pessoais, apenas para que os animais o acompanhassem na morte, disse ela.


FONTE: CNN Brasil

STRICKLAND, Ashley. Vikings levaram seus animais junto com eles para a Grã-Bretanha mil anos atrás, segundo pesquisa. CNN Brasil. São Paulo, 04 de fev. de 2023. Disponível em: <https://www.cnnbrasil.com.br/internacional/vikings-levaram-seus-animais-junto-com-eles-para-a-gra-bretanha-mil-anos-atras-segundo-pesquisa/>. Acesso em 06 de fev. de 2023 (Livremente adaptado pela Livros Vikings)


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