O uso de plantas para a alimentação, o vestuário e a magia acompanha o ser humano desde a pré-História. Dentre essas plantas, o linho, por exemplo, foi utilizado para a extração de óleo, e suas sementes eram essenciais para a alimentação. De sua fibra, extraía-se um tecido resistente e macio; com suas folhas e seus óleos, elaboravam-se poderosos remédios e feitiços. Contudo, não apenas o linho, mas também o alho-poró, a arruda, o alecrim, o cardo, a angélica e a artemísia, entre inúmeras outras, estavam presentes na elaboração de poções mágicas. No entanto, algumas plantas alcançaram maior notoriedade do que outras, ocupando, desde a Antiguidade até hoje, um lugar de destaque quando o assunto é "plantas mágicas". Essas plantas, que compunham os unguentos utilizados pelas bruxas para besuntar o corpo e, assim, poder voar para o sabá, são até hoje empregadas como remédios homeopáticos, fitoterápicos e alopáticos. De fato, alguns de seus alcaloides são utilizados em anestésicos de comprovada eficácia; em contrapartida, são também venenos poderosos e letais. O objetivo deste curso é proporcionar uma aproximação com as chamadas "plantas mágicas" ou "plantas de poder", abordando seu uso na Idade Média e na Era Viking e as suas aplicações atuais. É preciso ressaltar que o emprego desse conhecimento ancestral exige cautela, pois a maioria dessas plantas possui alta toxicidade, podendo ser letal. Vamos conhecer e estudar quais eram as plantas utilizadas por feiticeiras e bruxas, tanto para a elaboração de medicamentos, unguentos e beberagens quanto para feitiços e poções; quais eram as plantas que as volvas utilizavam; e como a arqueologia nos mostra a importância do conhecimento botânico que essas mulheres possuíam. Estudaremos, ainda, de que maneira plantas medicinais serviam de alimento e como algumas constituíam matéria-prima essencial para a tecelagem, tanto na Idade Média quanto na Era Viking.