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Valhalla: a vida após a morte dos guerreiros vikings notáveis

Atualizado: 12 de abr. de 2023

A mitologia descreve como as valquírias saudavam os guerreiros vikings caídos, levando aqueles mais ousados à gloriosa vida após a morte.


Valhalla: a vida após a morte dos guerreiros vikings notáveis
Imagens de Belas Artes/Imagens de Herança/Imagens Getty

A literatura nórdica antiga está repleta de últimas resistências famosas, palavras audaciosas, canções de morte e desafios. Quando os homens morreriam em batalha, acreditava-se que o Deus da Guerra, Odin, reunia em Asgard — a morada dos deuses na Mitologia Nórdica — os guerreiros mais poderosos, selecionados no campo de batalha. O salão mítico de Odin, chamado Valhalla, era um paraíso aos escolhidos, sendo construído com hastes de lanças e coberto por escudos.


A gloriosa atitude dos vikings em relação à morte foi a chave para o seu sucesso nos campos de batalha da Europa, escreveu Tom Shippey em Laughing Shall I Die, Lives and Deaths of the Great Vikings. Essa "mentalidade viking fatal", diz ele, era uma espécie de culto à morte —- uma vantagem psicológica que os permitia lutar sem medo.


Valhalla: o paraíso dos guerreiros

De acordo com a mitologia viking, quando um guerreiro caia no campo de batalha, ele era saudado por uma valquíria — uma figura feminina sobrenatural. As valquírias protegiam alguns guerreiros, guiando as pontas de lanças e as flechas aos corpos dos adversários. Na mentalidade viking, as batalhas não eram determinadas por proezas militares, mas por intermédio dessas mulheres fatídicas.


"Uma Valquíria e um Herói moribundo", da coleção do Museu Nacional de Estocolmo. — Imagens de Belas Artes/Imagens de Herança/Imagens Getty

As míticas Valquírias levavam os heróis mortos (einherjar) do campo de batalha ao magnífico salão de Odin. Construído com armas e armaduras, Valhalla era a terra prometida de um guerreiro viking. A Edda Poética, uma coleção de mitos e histórias heroicas escritas na Islândia do Século XIII, retrata a construção dramática de Valhalla: “o edifício tem hastes de lanças como vigas, é coberto com escudos e as cotas de malha ficam espalhadas pelos bancos”.


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De acordo com os escritos, um lobo fica pendurado acima da porta oeste de Valhalla e uma águia paira sobre ele. Em sua tradução da Edda Poética, a estudiosa medieval Carolyne Larrington observa que essas criaturas são "feras germânicas de batalha; sua aparência sinaliza que a luta está iminente'.'


Esta luta iminente é a batalha cataclísmica, o Ragnarok, um evento mitológico que os vikings acreditavam que um dia ocorreria.


“Ragnarok é como o Armagedom, a batalha do fim do mundo”, escreveu Shippey. “Nele os deuses e os seus aliados humanos marcharão para lutar contra os gigantes do gelo e do fogo, os trolls e os monstros”.


No Ragnarok, Odin lutará ao lado de seus einherjar que avançarão pelas 540 portas do Valhalla. Oitocentos einherjar sairão de cada uma, preparados para defender Asgard contra as forças invasoras do caos. Odin sabe que o Ragnarok vai acontecer. Em Valhalla, seus einherjar treinam para o evento, travando batalhas diárias. Conforme detalhado na Edda, os mortos dessas batalhas logo ressuscitaram. Para um guerreiro viking, as batalhas em Valhalla permitiriam que ele continuasse a sua carreira terrena na vida após a morte, preparando-se para o fatídico dia em que lutaria ao lado do Deus da Guerra Odin.


Jackson Crawford, um especialista em Nórdico Antigo da Universidade do Colorado, Boulder, descreve o Ragnarok como sendo a morte predeterminada dos deuses. Para os vikings, o destino era imutável e uma faceta integrante de sua visão de mundo. “Ragnarok é o equivalente dos deuses ao dia da morte 'programado' que cada mortal tem”, disse Crawford. “Se você só pode chegar à boa vida após a morte em uma batalha, e você vai morrer em um determinado dia, não importa o que faça nesse dia, você vai aproveitar qualquer boa oportunidade para lutar''.


Eric Bloodaxe e Haakon, o Bom

Nem todos os guerreiros vikings tinham a permissão para entrar no mítico Valhalla, mas os poemas nórdicos antigos descrevem heróis que se acreditava serem agraciados com a honra. Eiríksmál é um poema escrito por volta de 954d.C. sobre um governante norueguês do Século X, Eric Bloodaxe (Eric Machado de Sangue). O poema descreve a existência guerreira do rei, atacando as costas da Europa — e a preparação de Odin para a sua chegada na vida após a morte. Os versos do poema declaram: “Que tipo de sonho é esse que tive antes do amanhecer, onde eu preparava o Valhalla para um exército de mortos? Acordei os einherjar, pedindo-lhes que se levantassem para espalhar os bancos e enxaguar os copos. Pedi às valquírias que trouxessem vinho, como se um líder estivesse por chegar”.


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Sagas vikings sobre Haakon, o Bom, rei da Noruega de 934 a 961 d.C., descrevem os preparativos para sua entrada em Valhalla. No poema Hákonarmál de 990, os deuses nórdicos Hermod e Bragi pedem a Odin para dar as boas-vindas a Haakon em Valhalla. “Hermod e Bragi disseram a Odin 'vá ao encontro dele, porque é um rei que está vindo ao salão e ele é considerado um campeão'”, disse o poema. Embora os poemas descrevam as muitas vitórias de Bloodaxe e Haakon na terra, acreditava-se que suas maiores batalhas serão encenadas na vida após a morte, durante o Ragnarok.


Uma Grande Morte Viking

Entre os guerreiros mais lendários de Valhalla estava Ragnar Lothbrok, um herói viking dinamarquês do Século IX, cujas façanhas enchem as páginas das crônicas nórdicas. Embora os historiadores não possam ter certeza se Ragnar existiu como um homem real (ou homens), ou foi criado a partir de décadas de mitologia, ele é celebrado por sua bravata — mesmo em face de uma morte agonizante.


The Ride of the Valkyries, da coleção do Museu Nacional de Estocolmo. — Imagens de Belas Artes/Imagens de Herança/Imagens Getty

No poema do Século XII, A Canção da Morte de Ragnar Lothbrok, os leitores aprendem sobre o destino heroico deste viking. Ragnar pretendia navegar para a Inglaterra e jurou que a conquistaria com apenas dois navios. Depois de algumas vitórias em toda a ilha, ele foi capturado pelo rei da Nortúmbria, Ælla. O rei jogou Ragnar em uma cova de cobras, esperando que ele sofresse uma morte lenta e dolorosa.


Neste momento, do que parecia ser uma derrota inevitável, Ragnar compôs uma canção de morte sobre como o Valhalla aguardava a sua chegada. Seu verso final termina com a declaração, ''rindo devo morrer''.


Tal qual explicou Crawford, essas passagens mostram como a mitologia atribuiu uma mentalidade destemida aos guerreiros vikings. “A escolha não é entre viver e morrer”, disse ele, “é entre morrer mal ou bem, no dia em que você terá que morrer de qualquer forma”.


FONTE: History

TETZNER, Noah. Valhalla: How Viking Belief in a Glorious Afterlife Empowered Warriors. History. Nova Iorque, 03 de mar. de 2021. Disponível em: <https://www.history.com/news/viking-valhalla-valkyrie-afterlife>. Acesso em: 04 de mar. de 2021. (Livremente traduzido pela Livros Vikings)


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