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A política do ventre na Era Viking: gravidez, poder e destino

Uma nova pesquisa interdisciplinar revela as complexas dimensões da gravidez na Era Viking, desde mulheres grávidas empunhando espadas até fetos destinados à vingança


Livros Vikings | A política do ventre na Era Viking: gravidez, doder e o destino
Uma representação de uma mulher grávida durante a Era Viking. — Crédito da Imagem: ChatGPT

Mulheres grávidas brandindo espadas e vestindo elmos de combate, fetos destinados a vingar seus pais — e um mundo severo onde nem todos os recém-nascidos eram livres ou recebiam sepulturas.


Essas são algumas das realidades surpreendentes reveladas pela primeira pesquisa interdisciplinar focada na gravidez durante a Era Viking.


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Apesar de seu papel central na história humana, a gravidez tem sido frequentemente negligenciada na arqueologia, principalmente por deixar poucos vestígios materiais. 


A Era Viking — um período frequentemente associado aos guerreiros, reis e às batalhas — é  muitas vezes idealizada, sendo talvez um dos períodos onde a gravidez recebeu menos atenção.


Índice


1. Bellyful, Unlight e Not Whole: a linguagem da “Gravidez Viking”

Em um novo estudo, parte do projeto Body-Politics, foram reunidas diversas evidências para compreender como a gravidez e o corpo grávido eram conceituados naquela época. 


Ao explorar essa "política do ventre", o conhecimento sobre gênero, corpos e política sexual da Era Viking foi enriquecido significativamente. 


Inicialmente, foram examinadas em fontes nórdicas antigas palavras e histórias que descreviam a gravidez. Embora datem de séculos posteriores à Era Viking, sagas e textos legais fornecem termos e narrativas sobre a gestação que os descendentes imediatos dos vikings utilizavam e difundiam. 


Neste sentido, foi possível descobrir que a gravidez poderia ser descrita como "barriga cheia" (bellyful), "não leve" (unlight) e "não inteira" (not whole) e, assim, vislumbrar uma possível crença na individualidade do feto: "Uma mulher não caminha sozinha."



2. O feto como pessoa e peça política: vingança no “Ventre Viking”

Em uma das sagas que foram analisadas, um episódio apoia a ideia de que crianças não nascidas (pelo menos aquelas de alto status) poderiam ser inscritas em complexos sistemas de parentesco, alianças, rivalidades e obrigações vikings. 


A Saga do Povo de Laxardal narra um confronto tenso entre a grávida Guðrún Ósvífrsdóttir e o assassino de seu marido, Helgi Harðbeinsson. Como provocação, Helgi limpa sua lança ensanguentada nas roupas de Guðrún e, sobre sua barriga, declarou: 


Sob a ponta desta lança reside a minha própria morte. 

A previsão de Helgi se concretiza, e o feto cresce para vingar seu pai, ilustrando como a vida intrauterina possuía implicações políticas e sociais no contexto viking.


3. Uma mãe grávida em combate: Freydís, a Guerreira Grávida

Outro episódio, este já na Saga de Erik, o Vermelho, foca mais na vivência de uma mãe. A muito grávida Freydís Eiríksdóttir é apanhada em um ataque pelos skrælings — o nome nórdico para as populações originárias da Groenlândia e do Canadá. 


Incapaz de escapar devido à sua gravidez, Freydís pega uma espada, expõe o seio e bate a lâmina contra ele, afugentando os atacantes. 


Embora às vezes considerado um episódio literário obscuro na historiografia viking, essa história pode encontrar um paralelo em outro conjunto de evidências que foi examinado no estudo: uma pequena estatueta de uma mulher grávida.

Livros Vikings | A estatueta de uma mulher grávida que foi analisada no estudo. — Crédito da Imagem: Historiska Museet, CC BY-ND
A estatueta de uma mulher grávida que foi analisada no estudo. — Crédito da Imagem: Historiska Museet, CC BY-ND

4. Guerreiras grávidas na Arte Viking: um pingente surpreendente

Este pingente, encontrado no túmulo de uma mulher do Século X em Aska, Suécia, é a única representação conhecida e convincente de gravidez na Era Viking. 


Ele retrata uma figura vestida com roupas femininas, com os braços abraçando uma barriga acentuada — talvez sinalizando uma conexão com a criança que viria.



O que torna essa estatueta especialmente interessante é que a mulher grávida está vestindo um elmo de combate, sugerindo que, pelo menos na arte e nas narrativas vikings, mulheres grávidas podiam ser associadas à violência e às armas, desafiando a visão de corpos passivos em sociedades frequentemente percebidas como hipermasculinas. 


Essa descoberta, juntamente com estudos recentes de mulheres vikings enterradas como guerreiras, provoca uma reflexão mais aprofundada sobre como imaginamos os papéis de gênero nas sociedades vikings.

Livros Vikings | Desenho interpretativo de um túmulo de Fjälkinge, na Suécia, de uma mulher adulta enterrada junto com um recém-nascido colocado entre suas coxas. Observe que as pernas do corpo da mulher foram prensadas por uma pedra. — Crédito da Imagem: Matt Hitchcock / Body-Politics, CC BY-SA
Desenho interpretativo de um túmulo de Fjälkinge, na Suécia, de uma mulher adulta enterrada junto com um recém-nascido colocado entre suas coxas. Observe que as pernas do corpo da mulher foram prensadas por uma pedra. — Crédito da Imagem: Matt Hitchcock / Body-Politics, CC BY-SA

5. O silêncio dos túmulos: mortalidade materno-infantil e o “Luto Viking”

Uma linha final de investigação buscou evidências de mortes obstétricas no registro funerário viking. 


Estima-se que as taxas de mortalidade materno-infantil eram muito altas na maioria das sociedades pré-industriais. 


No entanto, entre milhares de túmulos vikings, apenas 14 possíveis sepultamentos de mãe-bebê são relatados. 


Consequentemente, pode-se sugerir que as mulheres grávidas que morriam não eram rotineiramente enterradas com seus filhos não nascidos e não teriam sido celebradas como uma unidade simbiótica pelas sociedades vikings.


6. Recém-nascidos invisíveis? O destino incerto dos bebês vikings

De fato, também foram encontrados recém-nascidos enterrados com homens adultos e mulheres pós-menopáusicas, conjuntos que seriam túmulos familiares ou algo completamente diferente. 


A hipótese de que bebês — sub-representados no registro funerário de forma mais geral — fossem descartados após a morte em outros locais não pode ser descartada. 



Quando encontrados em túmulos com outros corpos, é possível que tenham sido incluídos como "bens funerários" para outras pessoas na sepultura. Isso nos lembra fortemente que a gravidez e a infância eram estados de transição vulneráveis nas sociedades vikings.


7. Gravidez como defeito: o olhar cruel sobre a maternidade escrava na Era Viking

Uma evidência final ilustra esse ponto de forma contundente. Para alguns, como o pequeno filho de Guðrún, a gestação e o nascimento representavam um processo multifásico para se tornar uma pessoa social livre na sociedade viking. 


Para pessoas em posições sociais inferiores, no entanto, a realidade podia ser muito diferente. 


Um dos textos legais examinados informa secamente que, quando mulheres escravizadas eram colocadas à venda, a gravidez era considerada um defeito de seus corpos, revelando a profunda desigualdade e a desvalorização da maternidade em certos contextos sociais vikings.


8. A gravidez como poder: implicações sociais e políticas no “Mundo Viking”

A gravidez era profundamente política e longe de ter um significado uniforme para as comunidades da Era Viking. 


Ela moldava — e era moldada por — ideias de status social, parentesco e individualidade. 


O estudo demonstra que a gravidez não era invisível ou privada, mas crucial para a forma como as sociedades vikings entendiam a vida, as identidades sociais e o poder, desafiando as noções simplistas sobre os papéis de gênero e a estrutura social daquele período fascinante.


Este artigo foi parcialmente criado por Inteligência Artificial (IA). Para mais notícias sobre achados arqueológicos e história, continue acompanhando a Livros Vikings. Somos um site dedicado a trazer informações históricas e curiosidades sobre a Era Viking. Se você gostou deste artigo, compartilhe-o em suas redes sociais!


Referência

ERIKSEN, Marianne. Viking pregnancy was deeply political, new study indicates. Phys. Douglas, 13 de mai. de 2025. Disponível em: <https://phys.org/news/2025-05-viking-pregnancy-deeply-political.html>. Acesso em: 13 de mai. de 2025.


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