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Os vikings na África

Atualizado: 3 de abr. de 2023

Ao longo da idade média, um movimento liderado por exploradores nórdicos, comerciantes e guerreiros da Escandinávia (atual Dinamarca, Noruega e Suécia), levou à exploração de terras distantes em busca de riqueza e poder.


Os vikings na África
No Século VIII, liderados por Hastein e Björn Ironside, os vikings chegaram à costa da Mauritânia (atual Marrocos) e depois saquearam Nekor por 8 dias. — Crédito da Imagem: Shutterstock

Esses exploradores, atravessaram a costa da Europa, estabeleceram-se nas Ilhas Britânicas, Islândia, Groenlândia e até na América.


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Eles viajaram para o interior através de rios da Ucrânia e da Rússia, onde fundaram o Kievan Rus'. Aventurando-se ao sul, no Mar Cáspio e no Mar Negro, chegando às muralhas de Constantinopla, a capital do Império Bizantino.


Entretanto, uma área da expansão viking muitas vezes negligenciada é a das interações que eles tiveram com o litoral da África.


O “Book of Roads and Kingdoms”, um texto de geografia do Século XI de Abu Abdullah al-Bakri, descreve os vikings como “Majus”, um termo para pagãos e adoradores do fogo.


O texto histórico é fragmentado e de certa forma suspeito, mas de acordo com algumas fontes, em 859 d.C., uma grande frota viking começou a invadir os reinos da Península Ibérica e do Mediterrâneo. Eles atacaram o Reino das Astúrias, o Emirado de Córdoba e o Califado Omíada em Orihuela, as Ilhas Baleares e Roussillon.


A frota liderada por Hastein, um notável chefe viking do final do Século IX e seu protegido, Björn Ironside, filho do lendário Rei Viking Ragnar Lodbrok, voltaram sua atenção para o sul, ao Emirado de Nekor, na costa africana.


Desembarcaram na Mauritânia, atual Marrocos, e seguiram para a cidade de Nekor, hoje parcialmente submersa pelo reservatório da represa Abdelkrim Khattabi. Na época, Nekor era descrita como um dos maiores centros da cultura árabe da região.


A cidade foi defendida por Sa'id II ibn Salih, mas caiu nas mãos dos invasores vikings e foi saqueada por oito dias. De acordo com alguns textos, muitos dos habitantes da cidade foram feitos escravos, enquanto outros relatos afirmam que Hastein comprou 'blámenn', homens azuis, possivelmente soussianos ou tuaregues para serem vendidos nos mercados de escravos irlandeses.


O ataque a Nekor é mencionado por Abdullah al-Bakri (baseado em um texto anterior), onde descreve:


Majūs – Deus os amaldiçoe – desembarcaram em Nakūr no ano 244 (858–859). Eles tomaram a cidade, saquearam-na e escravizaram seus habitantes, exceto aqueles que se salvaram fugindo. Entre seus prisioneiros estavam Ama al-Raḥmān e Khanūla, filhas de Wakif ibn-Mu'tasim ibn-Ṣāliḥ. Muḥammed os resgatou. Os Majūs ficaram oito dias em Nakūr.

O mesmo conto básico é registrado por vários outros escritores, incluindo o historiador andaluz do Século X Ibn al-Qūṭīya e os autores posteriores Ibn Idhārī e Ibn Khaldūn, e uma versão também aparece no final do Século IX na Crônica Cristã de Alfonso III.


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Os arqueólogos ainda não encontraram nenhuma evidência física para apoiar o ataque viking a Nekor, no entanto, restos de esqueletos de roedores (ratos domésticos) na Ilha da Madeira (não muito longe de Marrocos pelo mar), sugerem que os ratos podem ter sido transportados em um navio viking, que colonizou a ilha entre 903-1036 d.C.


Publicado na revista Proceedings of the Royal Society B, o artigo também mostra que os camundongos compartilham semelhanças no DNA mitocondrial com os da Escandinávia e os do norte da Alemanha, mas não com os camundongos encontrados em Portugal.


Séculos depois, entre 1146-1148 d.C., os Normandos, um povo que surgiu no Ducado medieval da Normandia, a partir da mistura entre colonos vikings nórdicos, francos e galo-romanos ocidentais, estabeleceram o Reino da África.


O Reino era uma extensão da zona fronteiriça do estado siculo-normando, cobrindo a Tunísia e partes da Argélia e da Líbia. A aristocracia local foi em grande parte deixada no lugar, e os príncipes muçulmanos controlavam o governo civil sob a supervisão siciliana. No entanto, o domínio normando foi passageiro, pois durante o reinado de Guilherme I, o Reino da África caiu para o Califado Almóada entre 1158 e 1160 d.C.


FONTE: Heritage Daily

MILLIGAN, Markus. The Vikings in Africa. Heritage Daily. Saint Albans, 12 de dez. de 2022. Disponível em: <https://www.heritagedaily.com/2022/12/the-vikings-in-africa/145505>. Acesso em: 15 de dez. de 2022. (Livremente traduzido e adaptado pela Livros Vikings)


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