Os Vikings, navegadores nórdicos conhecidos por suas incursões ousadas e pela expansão por terras distantes, continuam a intrigar os historiadores.
Até recentemente, compreender o que levou esses agricultores escandinavos a se transformarem saqueadores ferozes e exploradores incansáveis em um curto espaço de tempo era um desafio.
No entanto, um estudo recente revelou uma conexão surpreendente entre eventos solares históricos e a ascensão dos vikings.
Índice
• Conclusão.
Neste artigo, exploraremos como uma antiga erupção solar está revolucionando a datação por radiocarbono e lançando luz sobre o nascimento da Era Viking.
Os Enigmas Vikings
Os Vikings são um tema complexo para análise histórica. Embora tenham deixado uma marca indelével na Idade Média, a imagem predominante que temos hoje deles como saqueadores sanguinários é parcialmente baseada em mitos e interpretações distorcidas.
Além disso, os próprios vikings eram predominantemente analfabetos, deixando poucos registros escritos de suas atividades iniciais.
Portanto, muito do que sabemos vem de relatos de segunda mão, muitos dos quais foram produzidos por cristãos que se beneficiaram ao retratá-los como pagãos violentos.
O impulso para a expansão viking
Contrariando a imagem tradicional dos vikings como meros invasores, estudiosos agora acreditam que o impulso para a expansão viking foi motivado pela necessidade de comércio, especialmente de prata.
Saiba mais sobre o tema, ouvindo o episódio sobre "A Era Viking" do Viking Cast:
Evidências sugerem que os vikings participaram de redes de comércio crescentes que se estendiam do Oriente Médio através da Rússia.
No entanto, pesquisas recentes desafiaram essa interpretação, indicando que os vikings já haviam estabelecido redes de comércio extensas décadas antes das influências do Oriente Médio.
Em 2021, Søren Sindbæk e sua equipe da Universidade de Aarhus, na Dinamarca, reconstruíram as datas das primeiras viagens viking, usando uma erupção solar massiva ocorrida em 775 d.C.
A Importância da Erupção Solar de 775 d.C.
Essa erupção solar histórica desempenhou um papel crucial no aprimoramento das técnicas de datação por radiocarbono.
Os pesquisadores aplicaram essas técnicas a artefatos encontrados em Ribe, na Dinamarca, um dos primeiros "centros urbanos" da Era Viking. Os resultados revelaram informações valiosas sobre a cronologia do desenvolvimento da cidade.
Segundo Bente Philippsen, autora principal do estudo:
A aplicabilidade da datação por radiocarbono foi limitada devido às amplas faixas etárias deste método. No entanto, foi descoberto que eventos de partículas solares, conhecidos como eventos Miyake, causam picos acentuados de radiocarbono atmosférico por um ano. Quando esses picos são identificados em registros detalhados, como anéis de árvores ou em sequências arqueológicas, isso reduz consideravelmente as margens de incerteza.
Revelando a cronologia viking
A equipe usou uma curva de calibração aprimorada, com base em amostras anuais, para identificar evidências do evento Miyake de 775 d.C. em uma camada em Ribe.
Isso forneceu um ponto de ancoragem cronológica a partir do qual eles criaram uma sequência de camadas e 140 datas de radiocarbono ao redor desse único ano.
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Os resultados indicaram que a expansão das redes de comércio afro-eurasiáticas que caracterizaram o início da Era Viking ocorreu com precisão em 790±10 d.C. (entre 780 e 810 d.C.).
Mudanças para a arqueologia
Essa nova curva de calibração representa um avanço significativo para a arqueologia, permitindo uma compreensão mais precisa do tempo histórico em períodos e sociedades onde faltam registros escritos específicos.
Além disso, esse trabalho colaborativo de anos que envolve laboratórios de todo o mundo promete melhorar a precisão das datas arqueológicas globalmente, proporcionando uma compreensão mais profunda de desenvolvimentos rápidos, como fluxos comerciais e mudanças ambientais no passado.
Explorando o novo mundo
Essa abordagem inovadora de usar a atividade solar como um marcador histórico não se limitou à análise do sítio de Ribe.
Em 2021, outra equipe de pesquisadores publicou um estudo mostrando que, ao avaliar evidências de uma supererupção solar que ocorreu em 992 d.C., é possível estabelecer uma data para a chegada dos vikings à América.
Esta descoberta foi possível porque evidências da tempestade solar estavam presentes em anéis de árvores e artefatos de madeira deixados nos sítios viking em Newfoundland.
Como resultado, foi estabelecida uma data precisa para a presença Viking na América do Norte — 1021 d.C., marcando a chegada europeia mais antiga às Américas.
Conclusão
O uso de eventos solares históricos como marcadores temporais está transformando nossa compreensão da Era Viking.
A ligação entre erupções solares antigas e a datação por radiocarbono está revelando novas informações sobre o passado distante.
À medida que continuamos a explorar eventos cósmicos passados, podemos esperar que mais pontos escuros da história se iluminem, lançando uma nova luz sobre as ações e conquistas dos Vikings e de outras civilizações antigas.
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FONTE: IFL Science
MOUL, Russell. Ancient Solar Flare Sheds Light On How Nordic Seafarers Became The Vikings. IFL Science. Midland, 05 de set. de 2023. Disponível em: <https://thedebrief.org/these-enigmatic-viking-symbols-used-in-ancient-encrypted-messages-keep-one-of-historys-strangest-language-secrets/>. Acesso em: 06 de set. de 2023. (Livremente adaptado pela Livros Vikings)
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