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Gudrid Thorbjarnardóttir, a incrível exploradora viking

Atualizado: 21 de ago de 2023

Algumas das antigas sagas nórdicas glorificam as façanhas de Erik, o Vermelho e seu filho Leif Eriksson, mas o herói de verdade foi uma mulher, Gudrid Thorbjarnardóttir, a primeira-dama da Vínland viking.


Gudrid Thorbjarnardóttie, a incrível exploradora viking
Uma escultura moderna de Gudrid em sua cidade natal, Laugarbrekka

O estereótipo da Era Viking é decididamente masculino: homens loiros barbudos em barcos que invadem o litoral da Europa Ocidental, descobrindo e colonizando novas terras. No entanto, das valquírias da Mitologia Nórdica às primeiras-ministras e presidentes, além das lendárias escudeiras e outras pioneiras da política de gênero socialmente progressiva, o mundo nórdico tem uma longa história de mulheres extraordinárias.


Ninguém resume melhor esta herança do que Gudrid Thorbjarnardóttir, uma exploradora nórdica conhecida como a "viajante distante", nascida na península de Snæfellsnes, na Islândia, durante a última parte do Século X. O que sabemos da história de sua vida deriva de duas antigas sagas nórdicas, A Saga de Erik, o Vermelho e A Saga dos Groenlandeses. Juntas, elas são conhecidas como as ‘Sagas de Vínland’, porque descrevem as viagens às periferias da América do Norte por volta do ano 1000. Os vikings chamavam essas terras de ‘Vínland’, aparentemente por causa das uvas selvagens que ali cresciam.


As sagas foram registradas pela primeira vez na Islândia do Século XIII, mais de dois séculos após os eventos descritos. Até então, os seus contos eram transmitidos ao longo dos anos de forma oral, recontados e remodelados conforme as histórias passavam de geração em geração. Elas contêm elementos que podemos esperar em filmes de fantasia — dragões, trolls, zumbis — mas, são nossas principais fontes textuais para as atividades nórdicas nas margens do extremo oeste do mundo medieval. Foi graças às sagas que os arqueólogos começaram a procurar evidências materiais dessas viagens — por exemplo, em L'Anse aux Meadows na ponta de Newfoundland, Canadá, onde os restos de várias construções nórdicas foram descobertas na década de 1960.



Gudrid é descrita na Saga dos Groenlandeses como “uma mulher de aparência notável e sábia”. Em ambas as Sagas, sua história dramática começou quando ela e o seu pai navegavam para o oeste da Islândia para se juntarem à nova colônia de Erik, o Vermelho, na Groenlândia. Essa viagem marítima era notoriamente perigosa e, de acordo com a Saga dos Groenlandeses, Gudrid, seu marido e vários outros naufragaram, sendo resgatados por Leif, o Sortudo, filho de Erik, o Vermelho. Uma doença atingiu a colônia naquele inverno, e o marido de Gudrid morreu, contudo, ela não.


A Saga de Erik, o Vermelho, não fala de naufrágio e, tampouco, de marido. Em vez disso, quando Gudrid chegou, a Groenlândia estava nas garras da fome. Embora cristã, ela participou de um ritual pagão, ajudando uma vidente chamada Thorbjorg a entoar canções para encantar espíritos e acabar com a fome.

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Ambas as sagas nos contam que Gudrid se casou com Thorstein, filho de Erik, o Vermelho, e irmão mais novo de Leif, o Sortudo (Eriksson), então ela passou um inverno sombrio e terrível na fazenda de um pagão, que foi atingida por uma praga mortal. A história cita forças sobrenaturais: em um ponto, a esposa do fazendeiro olhava para o quintal, enquanto fantasmas esperavam ameaçadoramente por ela — e entre eles se via o marido de Gudrid, Thorstein Eriksson. Pela manhã, a esposa do fazendeiro estava morta e Thorstein morreu algumas horas depois, mas — fiel à fama — Gudrid sobreviveu a outro inverno mortal.


O próximo marido de Gudrid foi um islandês, Thorstein Karlsefni, com quem ela viajou para Vínland — de fato, A Saga dos Groenlandeses nos diz que Gudrid incentivou Karlsefni a fazer a viagem. Uma vez em Vínland, Gudrid deu à luz um filho, Snorri, o primeiro filho de um europeu no continente norte-americano.


Gudrid é a verdadeira heroína das Sagas de Vínland — uma personagem tão importante na Saga de Erik, o Vermelho, que a história deveria ser chamada Saga de Gudrid. Já em idade avançada, ela continuou suas viagens, fazendo uma peregrinação a Roma. Ela se tornou uma matriarca formidável, ancestral de muitos islandeses ilustres — sua linhagem foi listada no final da Saga dos Groenlandeses, não a de Erik, o Vermelho. Como disse a vidente pagã na Saga de Erik, o Vermelho: “de você virá uma linhagem longa e digna, e sobre todos os ramos de sua família uma forte luz brilhará”.


Uma escultura moderna de Gudrid em sua cidade natal, Laugarbrekka, no oeste da Islândia, a retrata de pé em um navio, com uma mão apoiada na cabeça de um dragão. Em seu ombro, ela equilibra o filho Snorri, que tem o rosto e o braço erguidos para o céu. Os olhos de Gudrid, no entanto, estão firmemente fixos à frente, na longa jornada marítima que a aguarda.


É verdade que as sagas não são, de forma alguma, registros históricos diretos. Porém, elas são a nossa principal fonte de informação sobre as pessoas notáveis que empreenderam longas e perigosas viagens marítimas, construindo novas vidas longe de casa e descobrindo novas terras — e Gudrid foi talvez a mais extraordinária de todas.


FONTE: History Extra

BARRACLOUGH, Eleanor. The amazing life of a great female Viking explorer. History Extra. Londres, 24 de ago. de 2020. Disponível em: <https://www.historyextra.com/period/viking/gudrid-thorbjarnardottir-who-icelandic-viking-woman-vinland-sagas/>. Acesso em: 24 de ago. de 2020. (Livremente traduzido pela Livros Vikings).


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