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OS VIKINGS E A ORIGEM DA MARINHA REAL BRITÂNICA

A Marinha Real Britânica é a força de guerra naval do Reino Unido. Se você tivesse olhado o site da instituição esta manhã, você teria lido a história amplamente aceita de sua origem, a qual afirma que os navios de guerra foram usados pela primeira vez pelos reis ingleses do início do período medieval, e que os primeiros grandes combates marítimos foram travados na famigerada "Guerra dos 100 anos contra o Reino da França” de 1337 a 1453 d.C. No entanto, se você checasse o mesmo site nesta tarde, veria que ele mudou a resposta quanto a sua origem, graças às descobertas de dois pesquisadores que forneceram evidências irrefutáveis de uma marinha britânica anterior às datas históricas aceitas. A história por de trás da origem da Marinha Real pode ser falsa.


Os vikings e a origem da Marinha Real Britânica


Fatos imperfeitos: 20 anos significam muito na história

O novo artigo de pesquisa denominado Kingship and Maritime Power in 10th ‐ Century England (alguma coisa como: Reinado e Poder Marítimo na Inglaterra do Século X), pelos autores Matthew Firth e Erin Sebo, da Faculdade de Humanidades, Artes e Ciências Sociais da Universidade Flinders, foi publicado no International Journal of Nautical Archaeology (Revista Internacional de Arqueologia Náutica). Ele explica que a história atualmente aceita, a qual afirma que Alfredo, o Grande, Rei dos Anglo-Saxões de 886 a 899 d.C., estabeleceu a primeira Marinha Real da Inglaterra está "incorreta". De acordo com o EurekAlert, os pesquisadores forneceram novas evidências de que a primeira vitória naval anglo-saxônica ocorreu “20 anos antes da coroação de Alfredo como o Rei de Wessex e 24 anos antes de sua primeira vitória naval registrada”.


Talvez pareça notável para alguns leitores que uma instituição tão importante, baseie sua fundação e uma história repleta de fatos falhos, mas Firth diz que a ideia de que Alfredo fundou a marinha é generalizada e que a afirmação foi "reproduzida sem crítica" por autoridades respeitáveis como a BBC History, o Museu Nacional da Marinha Real e a Encyclopædia Britannica, com a última afirmando incorretamente que "um poder marítimo organizado foi utilizado pela primeira vez na Inglaterra por Alfredo, o Grande de Wessex, que lançou navios para repelir uma invasão viking".


Notícias medievais falsas: o fim das proezas marítimas de Alfredo

Sebo e Firth encontraram evidências que os levaram a questionar a posição vacilante de Alfredo, o Grande, como o fundador da Marinha Real nas páginas das Crônicas Anglo-Saxônicas do Século X. A nova pesquisa demonstrou que um confronto naval ocorreu em 851 d.C., quando o ealdorman Elchere e o Rei Æthelstan de Kent (839 - cerca de 853 d.C.) “derrotaram uma força viking perto de Sandwich”. Este é o primeiro caso registrado de uma vitória da marinha inglesa. Isso mostra que uma força naval defensiva existia desde o Reinado de Æthelwulf de Wessex (839 - 858 d.C.), pai do Rei Alfredo, pelo menos.


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The main part of the picture "Designed by Freepik". — Ilustração da camiseta por Emílio Catrufo da Modelo Design. — Baseada nas personagens originais de Paulo Marsal.

Uma coisa é negar ao Alfredo, o Grande, a honra de ter criado a Marinha britânica, mas os dois pesquisadores seguiram com o assassinato literário com um gancho de direita. O EurekAlert explica que a nova pesquisa revela que as lendárias proezas navais associadas a Alfredo, o Grande, “elevou muito as suas capacidades e os sucessos no mar”. De acordo com os registros, os projetos dos navios de Alfredo foram descritos como “impraticáveis” e parece que “sua” marinha na verdade, perdeu a primeira batalha naval contra os experientes marinheiros vikings, afirmou Firth.


Desenhando as correlações culturais da tecnologia naval

Ao longo da Era Viking, os chefes e seus parentes eram comumente enterrados com os seus navios. Assim que o corpo do morto fosse cuidadosamente preparado e vestido com suas melhores roupas, ele seria transportado para o cemitério em uma carroça puxada por cavalos, onde seria colocado em seu navio, junto com muitos de seus pertences mais valiosos. Como parte do enterro em navio, os cavalos do chefe, cães de caça e, ocasionalmente, escravas eram assassinados como sacrifício, e enterrados com o falecido, que iria então simbolicamente navegar para a vida após a morte. A nova pesquisa também lança uma nova luz sobre essas tradições de sepultamento em navios vikings na Escandinávia medieval e na Inglaterra, que remontam pelo menos à Idade do Ferro Nórdica.


Os pesquisadores notaram semelhanças nas configurações de sepultamento e projetos dos navios da Inglaterra e da Escandinávia. Isso demonstra um contato cultural contínuo e o desenvolvimento conjunto de inovações navais. Isso abre novas possibilidades para pesquisas sobre as atitudes culturais compartilhadas da nação rival em relação ao poder marítimo na corrida para dominar as pastagens verdes da Inglaterra.


FONTE: Ancient Origins

COWIE, Ashley. Origin of British Navy Upturned By Study. Ancient Origins. Dublin, 26 de ago. de 2020. Disponível em: <https://www.ancient-origins.net/news-history-archaeology/british-navy-0014169>. Acesso em: 26 de ago. 2020. (Livremente traduzido pela Livros Vikings).


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