No ano passado, o interesse pela era viking na Ilha de Man ressurgiu, depois que duas significativas descobertas foram declaradas tesouro.
A primeira, uma coleção de joias que inclui um raro bracelete de ouro e um grande broche de prata, e a segunda, um "cofrinho" da era viking, contendo 87 moedas de prata e 13 braceletes.
Dois broches altamente decorados — desenterrados em 2018 — também foram exibidos pela primeira vez.
A curadora de arqueologia do Manx National Heritage, Allison Fox, disse que os broches ovais ornamentados são particularmente significativos, já que aventaram a hipótese de as mulheres terem viajada à ilha com os seus colegas do sexo masculino.
Ela afirmou que os broches foram o primeiro achado desse tipo a provar que as mulheres também vinham da Escandinávia, preenchendo a "peça que faltava no quebra-cabeça" da época.
Acredita-se que os vikings chegaram à Ilha de Man no início dos anos 800, primeiro negociando e depois se estabelecendo.
Seu tempo na ilha durou quatro séculos e sua influência direta só terminou em 1266 d.C., quando o controle foi entregue ao Rei Alexandre III da Escócia.
A localização da ilha no Mar da Irlanda tornou-a um centro útil aos viajantes, comerciantes e marinheiros. Os itens vikings das coleções nacionais variam de anzóis de pesca e agulhas a espadas e tesouros de prata.
A Sra. Fox disse que as evidências de sua chegada foram encontradas em um Enterro em Navio descoberto em Balladoole, perto de Castletown, em meados da década de 1940.
Era o túmulo de um viking enterrado em um navio de "porte comercial", junto com "tudo o que ele poderia precisar na vida após a morte", embora a ausência de uma espada suponha que ele fosse um comerciante, disse ela.
No entanto, um túmulo no norte da ilha reflete um aspecto mais "horrível" das práticas funerárias vikings, afirmou.
Segundo a curadora, o achado é significativo não apenas pelo "conteúdo e qualidade dos bens" nele contidos, mas também por conta de um crânio com um "corte enorme na parte de trás da cabeça".
Acredita-se que o crânio tenha pertencido a uma mulher, que foi colocada sobre uma camada de animais cremados dentro do túmulo e que possivelmente foi vítima de um sacrifício humano.
Ela disse que um escudo, pontas de lança e o que é "certamente uma espada da mais alta qualidade" — que teve ter dado "muito trabalho para fazer e custado muito dinheiro" —, também foram encontrados no túmulo.
"No que diz respeito às espadas, o Ballateare é de alta qualidade [para a ilha], mas também tem boa conservação em comparação com outros lugares", afirmou.
No entanto, talvez o túmulo da era viking mais conhecido da ilha seja o da "Dama Pagã", encontrado na Ilha de São Patrício em Peel no ano de 1984.
O sepultamento, que foi datado de cerca de 950 d.C., é incorporado a um cemitério cristão, sem perturbar nenhuma das sepulturas existentes. Contém um colar feito de 51 contas de vidro coloridas, azeviche e âmbar, algumas das quais datadas do Século VI.
A Sra. Fox disse que o colar, junto com os outros itens encontrados no túmulo, sugere que ela foi uma "pessoa realmente influente na comunidade", embora sua identidade permaneça um mistério.
Ainda assim, não são apenas os túmulos que compartilharam as suas histórias e riquezas com a ilha.
Havendo mais prata viking encontrada na Ilha de Man por quilômetro quadrado do que na maioria dos lugares dentro e fora das Ilhas Britânicas, cujas maiores descobertas datam de cerca de 1000 d.C. em diante, evidencia que havia muita riqueza na ilha durante o período.
A maior descoberta é conhecida como o tesouro Ballaquayle, encontrada em 1894 em Douglas, contendo cerca de 4,4 libras (2 kg) de prata.
A curadora informou que as descobertas não apenas aumentaram a compreensão da história Manx, mas também ajudaram a criar uma imagem mais clara do período em outros lugares.
“Na verdade, nem tudo o que foi encontrado foi feito aqui, preenchendo, por consequência, as lacunas de conhecimento da era viking em todos os lugares”.
Porém, sepulturas e prata não são as coisas mais significativas que os vikings deixaram.
Sua presença ainda hoje é evidente em nomes de lugares como Jurby e Snaefell, o mais notável Tynwald, o parlamento fundado pelos vikings durante o governo da ilha.
Seu nome deriva do nórdico antigo, a linguagem que eles usavam, e significa o local de reunião da assembleia.
"Os vikings foram os responsáveis por nos apresentar o Tynwald", disse Fox.
“Eles decidiam como iríamos viver a vida e o que poderíamos ou não fazer”.
"Esse é um legado muito forte."
FONTE: BBC
SILVER and swords: New light cast on the Isle of Man's Viking era. BBC. Londres, 28 de dez. de 2021. Disponível em: <https://www.bbc.com/news/world-europe-isle-of-man-59762779>. Acesso em 03 de jan. de 2022. (Livremente traduzido pela Livros Vikings)
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